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DÍZIMOS E OFERTAS NA IGREJA DO SEC XXI



Atualmente, creio que não haja assunto mais frágil e polêmico para se tratar dentro das Igrejas. Imagino que a culpa disso recaia, principalmente pelo mal uso e pelas falsas teologias que hoje infestam o mundo. Contudo o fato é: a questão existe e não podemos nos esquivar de tratá-la com seriedade, verdade e a luz das escrituras. Antes de prosseguir quero apenas fazer um pequena ressalva. Amigo leitor, o teor do texto que apresento à seguir reflete tão somente meu entendimento, e opinião quanto ao assunto e de modo algum deve, ou pode ser considerado como a posição oficial da denominação sob a qual congrego. Confesso que ainda não perguntei, ou solicitei um posicionamento desta em relação aos dízimos e ofertas. Sendo o teor desta mensagem e de minha inteira responsabilidade.
Já ao iniciarmos esta prosa declaro que sou dizimista fiel e que oferto com freqüência em apoio aos trabalhos sociais e de evangelismo em minha igreja. Agora, sim vem a pergunta que não quer calar: Porque eu faço isso?
Um argumento defendido e citado por MUITAS denominações é o texto de Malaquias 3:10 (Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.) que faz referência a um MANDAMENTO do Senhor com PROMESSA de bênçãos para os que o cumprirem.  Posso lhe afirmar que a promessa é verdadeira, pois a tenho vivido, CONTUDO tenho de ressaltar o fato de que nós Cristãos não estamos sob o jugo da LEI. Esta orientação, dentro de sua contextualização aponta para o povo hebreu (judeu). Mas é bom ressaltar que Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (Timóteo 3:16,17). Ou seja, ainda que não seja um mandamento é algo bom para o servo fiel, desde que a motivação ao seu cumprimento não seja, meramente religiosa, mas que seja um ato voluntarioso feito com espontaneidade e alegria.
Sempre me recordo das ofertas de Caim e de Abel em Gênesis. Um período anterior a instituição das Leis mosaicas. Na narrativa bíblica vemos que a oferta de Caim é mencionada primeiro (Gen 4:3). Pode-se ter a impressão de que Caim foi o mais entusiasmado em ofertar ao Senhor, por ter sido o primeiro. Mas essa não foi a realidade. Caim fez sua oferta do modo que quis, achando que Deus era obrigado a aceitar os seus termos.  A diferença entre a oferta de Caim e a de Abel foi o modo como foram preparadas. Em Hebreus 11:4 diz que pela fé, Abel ofereceu uma oferta mais extraordinária que a de Caim. Abel preparou sua oferta com fé, visando a vontade de Deus como regra indispensável. Abel preparou sua oferta com zelo, cuidadosamente separando ao Senhor o que tinha de melhor: as primeiras e melhores crias de seu rebanho. Entenda, pelo que sabemos Deus não é como o homem; o homem vê aparência, mas Deus olha o coração (I Samuel 16:7). Em 1 João 3:12 a escritura nos diz que o coração de Abel era justo, mas o de Caim era mau. Em Mateus 23:35, Jesus cita Abel como justo e compara Caim com os fariseus hipócritas.
Concluímos, então, que, aparentemente, as ofertas de Caim e de Abel teriam o mesmo valor: parte do trabalho e da produção deles. Mas quando Deus analisa motivação do coração, vemos que as ofertas são totalmente diferentes.

É bom lembrar que a Lei é sombra das coisas que hoje são vividas pela Igreja do senhor (Hebreus 10:1). Sendo assim, em todo tempo devemos considerar com discernimento e direção do Espírito aquilo que nos convém, ou não fazer. (1 Coríntios 6:12). Dito isso quero chamar a atenção, primeiramente para a contextualização de Malaquias 3:10, onde vemos e entendemos que o PROPÓSITO da oferta era a manutenção da casa e da obra do Senhor. Em nossos dias, nós cristãos, no geral, optamos por nos reunirmos em prédios, casas e lojas, locais que nos asseguram um teto, proteção as intempéries climáticas e algum conforto. Nestes locais há o consumo de luz e água, além da necessidade de aquisição de alguns bens, tais como: cadeiras, púlpitos, instrumentos, aparelhagem de som, etc. Você entende o que estou dizendo, certo? Pois é a manutenção destas coisas é de responsabilidade coletiva uma vez que desfrutamos destas coisas. Logo, faz-se necessário a arrecadação de dinheiro para isso. É também papel do povo de Deus, desde sempre, de auxiliar os necessitados e contribuir para o bem social. Como a Igreja faz isso? De várias maneiras, seja com distribuição de cestas básicas, oferta de bens e serviços voluntários. Para a realização deste trabalho é necessário o uso de recursos. Também é  de responsabilidade fundamental da igreja o trabalho de evangelizar, ou seja pregar a palavra de Deus. E muitas vezes isso também envolve o uso de dinheiro, seja na compra de folhetos, bíblias, caixas amplificadas, ou o transporte dos pregadores aos locais. O que estou tentando dizer é que se você concorda com a realização destas coisas, você deve ser um dizimista e ofertante.  Ou seja, se tem este entendimento você doará uma parte de seus recursos de forma espontânea, alegre e com fidelidade. E, creio que conforme diz a palavra do Senhor você será abençoado e próspero, digo não terá necessidade de nada, pois o Senhor o suprirá. Se você não concorda com os motivos que apresentei, ou se sua igreja não usa os recursos desta forma, ou se você não acredita que assim ela o fará, lhe recomendo que ore a Deus e faça como achar melhor. Em primeiro lugar, porque Deus não precisa, nem quer seu dinheiro. Antes ele anseia por seu envolvimento sincero e com amor em sua obra. Outra coisa, Deus não faz barganha ou negócios com ninguém. Quem age desta forma é o capeta, que vive atrás de um trouxa ganancioso que tem mais amor ao dinheiro que a Deus. Conselho de amigo mais chegado que irmão congregue numa igreja séria comprometida com a palavra e com os ensinamentos de Cristo. Onde Jesus é o alvo e a cabeça. E a realização de sua obra é prioridade. Onde alcançar vidas e pescar almas para salvação é uma meta. Seu dízimo e sua oferta devem ser consagrados e santos, e não lançados como pérolas aos porcos.

"Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão." (Mateus 7:6)


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